A história de Cele Kula, a Torre da Caveira Sérvia

Na Sérvia, existe um monumento arquitetônico que contém grande parte da história da nação sérvia. Localizada em Niš, no distrito de Nišava, o seu nome é “Ćele Kula” ou “a torre de caveiras”. Especificamente, é uma torre que foi erguida em memória da Primeira Revolta Sérvia que ocorreu no século XVIII.

Ćele Kula é uma arquitetura que está entre os monumentos culturais de grande importância na Sérvia. Originalmente, consistia em 952 crânios humanos, a maioria dos quais eram de soldados inimigos mortos em combate.

A Torre Niš foi construída sob a ordem do general turco Hurşid Ahmed Paşa. Este símbolo intimidante serviu de aviso para aqueles que planejavam atacar os otomanos.

Uma missão suicida

Na época, o líder sérvio Stevan Sinđelić queria a todo custo evitar que seu povo fosse escravizado pelo Império Otomano. Ele e seus homens deram seu último suspiro em uma missão kamikaze, cujo objetivo era matar o maior número possível de turcos.

O senhor da guerra disparou um barril de pólvora e efetivamente conseguiu derrubar vários soldados turcos com eles.

Indignado com essas rebeliões, Paşa decidiu mutilar cada um dos rebeldes e decapitá-los. Os restos dos amotinados enviados à corte imperial em Istambul como ilustração de sua vitória e domínio.

Para lembrar o preço da independência

Em 1878, os sérvios finalmente conseguiram expulsar os turcos de seu território por meio de um novo levante.

Contra todas as expectativas, o governo sérvio decidiu não destruir o monumento. Em vez disso, ele construiu várias capelas ao redor da arquitetura em 1892. No entanto, as famílias dos falecidos removeram vários crânios. Atualmente, restam apenas 59.

Hoje, a torre de 15 pés de altura tornou-se um museu que atrai a atenção de muitos turistas. A cada ano, recebe mais de 30.000 visitantes. Em 1830, o poeta francês Alphonse de Lamartine visitou lá.

Aliás, o escritor salientou que os sérvios deveriam deixar o monumento intacto, “que ele ensine a seus filhos o que vale a independência de um povo, mostrando-lhes o preço que seus pais pagaram por ela”. Este trecho aparece em seu livro intitulado “Viagem ao Oriente”.