Ceres abrigaria compostos necessários para o surgimento da vida em grandes quantidades

Definitivamente, Ceres contém muito mais mistérios do que pensávamos. Especialistas da NASA acreditam que o planeta anão abriga gelo em seu porão. A agência espacial americana decidiu recentemente manter sua sonda Dawn em órbita ao redor de Ceres em vez de deixá-la para Adeona. De fato, o menor planeta anão reconhecido no Sistema Solar parece o lugar perfeito para procurar vestígios de vida.

Ao analisar a multidão de dados coletados pela sonda da NASA, pesquisadores da Brown University confirmaram o anúncio da agência espacial no ano passado de que Ceres abriga matéria orgânica. Melhor ainda, eles acreditam que esse composto na forma de carbono está presente em grandes quantidades.

Os resultados foram publicados recentemente em Geophysical Research Letters. Atualmente, os pesquisadores estudam as prováveis ​​causas da presença desse material orgânico e encontram uma explicação para sua abundância.

Duas hipóteses principais foram levantadas

A primeira possibilidade é que esses materiais tenham se formado dentro do asteroide gigante antes de aparecer em sua superfície. A segunda é que eles foram depositados ali por um asteroide ou um cometa.

Os pesquisadores descobriram que esses elementos orgânicos estão concentrados no hemisfério norte do planeta anão. Neste novo estudo liderado por Hannah Kaplan, pesquisadora de pós-doutorado no Southwest Research Institute e doutoranda na Brown University, a equipe opta pela segunda possibilidade.

“Se os orgânicos são feitos em Ceres, é provável que ainda precisemos de um mecanismo para concentrá-los nesses lugares específicos ou pelo menos preservá-los nesses lugares”, explicou Hannah Kaplan.

Um novo método

Além disso, a equipe adotou um novo processo. Os cientistas modelaram os dados de Ceres referindo-se a substâncias orgânicas extraterrestres.

“Este artigo mostra que você pode obter resultados realmente diferentes dependendo do tipo de matéria orgânica que você usa para comparar e interpretar os dados de Ceres”, disse o principal autor do estudo.

“Isso é importante não apenas para Ceres, mas também para missões que em breve explorarão asteroides que também podem conter material orgânico”, continuou ela.