Em Ruanda, mototáxis movidos a gasolina serão abandonados para dar lugar a motos elétricas

O governo de Ruanda acaba de anunciar seu desejo de substituir as atuais motocicletas movidas a gasolina por máquinas mais modernas, motocicletas elétricas ou e-motocicletas.

A iniciativa foi apresentada na semana de 19 de agosto pelo próprio presidente Paul Kagame em um fórum de jovens.

Segundo Kagame, o governo vai encontrar uma forma de substituir as motocicletas movidas a gasolina. Para isso, ele pretende buscar a ajuda de mototaxistas na hora de retirá-los gradativamente.

De acordo com o diretor-geral da Autoridade Reguladora de Serviços Públicos de Ruanda, Patrick Nyirishema, a declaração do presidente representa a atual direção da política do país, incluindo a mudança para motocicletas elétricas.

Um passo para a eletrificação geral dos meios de transporte

De acordo com o comunicado de Nyirishema, a política de substituição das motos a gasolina por motos eléctricas já está pronta, mas ainda não foi adoptada. Segundo ele, quando isso for aprovado e implementado, as motocicletas não elétricas não poderão mais ser adicionadas à frota. Ele acrescentou, no entanto, que um período de transição precisará ser estabelecido para dar aos operadores o tempo necessário para mudar para as motocicletas elétricas.

Essa mudança é apenas parte do plano de Ruanda no setor de transporte. Segundo Nyirishema, este passo faz parte de uma estratégia nacional que visa transformar todos os meios de transporte do país em meios de transporte eléctricos. Os transportes públicos como os mototáxis serão os primeiros a beneficiar desta transformação.

Empresas já envolvidas no projeto

Nyirishema ainda não anunciou potenciais parceiros para o plano de eletrificação. No entanto, parece que uma empresa local com sede em Kigali, chamada Ampersand, estará envolvida. A empresa é conhecida por seus veículos elétricos, bem como seus sistemas de carregamento em Ruanda.

Segundo seu CEO Josh Whale, a Ampersand teria recebido uma bolsa do governo para um estudo de viabilidade sobre a implantação de carros elétricos no país. Por outro lado, a empresa já projetou seu próprio modelo de e-moto, fabricando baterias que se adaptam aos quadros das motocicletas originárias da Ásia.

Embora a transição continue sendo um passo difícil para as operadoras, algumas startups parecem prontas para substituir suas motocicletas a gasolina por motocicletas elétricas. O Cango é um deles. Fundada em 2015, já trabalhou com a Ampersand e possui frotas de mototáxis em Ruanda e Congo. Segundo o cofundador da empresa, Barrett Nash, eles querem estar entre os primeiros a trocar as motocicletas de sua frota, pois as máquinas fabricadas pela Ampersand já estão prontas.

Esta iniciativa do governo ruandês é um grande passo para o abandono dos combustíveis fósseis na África. Resta saber se todos os mototaxistas concordarão em abandonar suas velhas motocicletas.