Estás a ler: Glifosato pode estar matando abelhas, diz novo estudo
Pesquisadores realizaram um estudo sobre o preocupante desaparecimento de abelhas no mundo, mais particularmente na Europa, Ásia e América do Norte. Este problema foi relatado pela primeira vez em 2006 por apicultores que descobriram que quase 90% das colmeias de abelhas morrem. Isso se manifesta na morte das abelhas operárias e, por extensão, na morte da rainha.
Pesquisas de cientistas especulam que essa extinção gradual das abelhas é causada por um ingrediente popular usado em vários produtos herbicidas, o Roundup.
Esse ingrediente é o químico glifosato, um poderoso herbicida comercializado pela Monsanto.
O uso deste herbicida levanta debates acalorados em todo o mundo e vários legisladores exigem a proibição deste produto.
Glifosato e seus perigos
O glifosato é o herbicida mais vendido no mundo. Apesar de tudo, parece prejudicial não só para a saúde humana, pois aumentaria os riscos de câncer, mas também para a saúde das abelhas. Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin, que realizaram este estudo, estudaram o estado de saúde das abelhas expostas a este herbicida.
Este herbicida tem como alvo a enzima EPSPS, ou 5-enolpiruvilshikimate-3-fosfato sintase, em plantas e certos microrganismos.
Essa enzima, também encontrada em bactérias intestinais saudáveis, ajuda a regular a saúde geral e a prevenir infecções.
Os efeitos do glifosato químico nas abelhas
Ao expor as abelhas a este herbicida, pesquisadores da Universidade do Texas em Austin descobriram que as bactérias saudáveis das abelhas foram reduzidas e seu microbioma foi interrompido. O microbioma é um mini-ecossistema de micróbios que processam alimentos, bloqueiam patógenos e realizam outras tarefas importantes para o organismo das abelhas.
Das oito espécies de bactérias saudáveis encontradas no intestino das abelhas, apenas quatro ainda estavam vivas após três dias de exposição ao glifosato. Por muito tempo, a indústria de herbicidas afirmou que o glifosato não era prejudicial aos animais.
Como o estudante de pós-graduação e principal autor do estudo, Erick Motta, disse em um comunicado de 24 de setembro de 2018, este estudo mostra que isso está muito longe de ser verdade.
Por seu lado, a Bayer respondeu com o seguinte comunicado de imprensa: “Nenhum estudo em larga escala encontrou uma ligação entre o glifosato e os problemas de saúde das abelhas”. Segundo a empresa, o estudo envolveu uma amostra não representativa de abelhas e não é preciso o suficiente para estabelecer um nexo de causalidade entre o produto e a morte dos insetos.
Erick Motta, por sua vez, acredita que, embora o glifosato não seja a única causa da morte das abelhas, sua onipresença em nosso ecossistema deve ser levada a sério.
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