Nova Zelândia: Microsoft adiciona o idioma maori ao seu programa de tradução

Sexta-feira, 22 de novembro de 2019, o TechCrunch nos informa que a gigante da tecnologia Microsoft adicionou um novo idioma ao seu programa de tradução automática, que atualmente é capaz de processar cerca de sessenta idiomas diferentes.

A nova língua que se juntou a este programa de inteligência artificial para o patrimônio cultural da Microsoft é o maori, língua falada pela maior comunidade indígena da Nova Zelândia, mas que atualmente está ameaçada, pois apenas 3% da população maori – que representa cerca de 15% dos neozelandeses – ainda falam esta língua.

Mas graças à cooperação da Microsoft com o Te Taura Whiri i te Reo Maori, ou a Comissão de Idiomas Maori da Nova Zelândia, a sobrevivência desse idioma pode não ser mais temida.

Não é uma tarefa nada fácil

Introduzir a língua maori neste programa de tradução aparentemente não foi pouca coisa, dada a escassez de pessoas que conhecem a língua.

Para que a Microsoft desenvolvesse um modelo preciso de tradução maori para todas as línguas, a Comissão ajudou-os a criar um corpus de documentos e os poucos falantes da língua fizeram as verificações necessárias para garantir que as traduções estavam corretas.

Te Taka Keegan, da Universidade de Waikato, que contribuiu para este projeto, disse em uma postagem no blog da Microsoft:

Esperamos que nosso trabalho não sirva apenas para revitalizar e popularizar a língua maori para as futuras gerações de neozelandeses, mas também permita que a língua seja compartilhada, aprendida e valorizada em todo o mundo. É muito importante para mim que esta tecnologia reflita e reforce a nossa herança cultural e a linguagem esteja no seu cerne.

Uma linguagem salva da obsolescência?

O certo é que a inclusão desta língua entre as outras 60 línguas do programa só pode trazer vantagens pois, a partir de agora, a inclusão desta língua no programa de tradução permitirá aos alunos, investigadores e demais internautas descobrir a língua, verificar o seu trabalho, explorar e estudar vários documentos na língua maori, etc.

Mas se por um lado, essa ajuda que a gigante da informática traz ao governo da Nova Zelândia pode realmente ser considerada como um ato filantrópico que beneficiará toda a humanidade e não apenas uma comunidade; por outro lado, os negócios da Microsoft também estão a todo vapor, com um novo contrato assinado com o governo e crescente proeza em software e serviços oferecidos na nuvem.