Passaportes eletrônicos em breve disponíveis na Índia

Para facilitar a identificação das pessoas, a Índia opta pelo uso de passaportes eletrônicos com tecnologia de radiofrequência e equipados com chips biométricos. Uma verdadeira aposta para a identificação de uma população de cerca de 1,5 bilhão de habitantes, este projeto é fonte de muitas dúvidas sobre a segurança dos dados das pessoas inscritas, embora atenda aos padrões exigidos pela Aviação Civil Internacional.

A informatização da identificação da população na Índia, uma aposta perdida?

Em 2009, o Estado indiano lançou um projeto para identificar toda a sua população, atribuindo um número de identificação que leva à criação e distribuição de passaportes eletrônicos. Esta campanha foi baseada no fato de que reduziria a pobreza, desencorajaria a corrupção e repeliria o terrorismo.

Infelizmente, este projeto é rapidamente criticado por sua falta de confiabilidade quando uma jornalista consegue provar que obteve acesso de administrador ao banco de dados de pessoas alistadas. Também não vamos esquecer o episódio do vazamento de dados de quase 130 milhões de cidadãos que são membros de um programa de habitação de baixo custo.

Passaporte eletrônico na Índia, qual nível de segurança?

Em conjunto com o Tata Consultancy Service (TCS) e o National Computer Center (NIC), o passaporte eletrônico seria emitido com níveis mais altos de segurança e reduziria os casos de roubo de identidade.

Equipados com antenas e microprocessadores, os passaportes eletrônicos usarão tecnologia semelhante à dos cartões de pagamento. Este microprocessador integrado armazenará as informações pessoais do titular do cartão e, assim, possibilitará o rastreamento de seus movimentos.

Não podemos abordar o assunto dos dados biométricos sem tocar na segurança dos dados nos sistemas informáticos. Uma coisa é certa, os passaportes eletrônicos são mais seguros do que os de papel.

Esses passaportes são equipados com microchips com um nível de criptografia extremamente alto e capazes de detectar tentativas de hackers. Durante a criação do passaporte eletrônico, ele é marcado com uma assinatura eletrônica inviolável que impossibilita a modificação dos dados uma vez entregues ao destinatário.

A falsificação de tal passaporte só seria possível se o hacker tivesse não só os equipamentos necessários para a fabricação dos microchips integrados, mas também acesso a dados governamentais para a aposição da chave de assinatura. A falsificação de um passaporte biométrico seria, portanto, uma verdadeira pista de obstáculos. É isso que as autoridades indianas usam como argumentos para tentar mudar a opinião dos cidadãos. Cabe destacar que vários países da Europa e América já utilizam passaportes semelhantes. A Índia terá sucesso em sua aposta?

Fonte: Tech Radar