Por que nunca nos esquecemos de andar de bicicleta?

Geralmente aprendemos a andar de bicicleta na infância. Mas mesmo depois de um longo período sem praticar, estranhamente, sempre conseguimos nos lembrar de como pedalar, como se nunca tivéssemos parado.

Enquanto em muitos casos nossas memórias podem falhar às vezes, como é que sempre nos lembramos de como andar de bicicleta? Segundo os cientistas, isso pode ser explicado pelo fato de diferentes tipos de memórias serem armazenados em diferentes regiões do cérebro.

Existem também dois tipos de memória de longo prazo, a memória declarativa e a memória procedural.

As diferenças entre memória declarativa e memória procedural

A memória declarativa é dividida em duas categorias: memória episódica e memória semântica. A memória episódica agrupa memórias de experiências como o primeiro dia de aula ou o primeiro beijo. Na verdade, é a nossa interpretação de um evento ou episódio que aconteceu. Quanto à memória semântica, ela é composta por conhecimentos factuais como o nome de uma cidade, por exemplo. O ponto comum entre esses dois tipos de memória declarativa é o fato de que se pode ter conhecimento do conhecimento e compartilhá-lo com outras pessoas.

Habilidades como andar de bicicleta ou tocar um instrumento são armazenadas em um sistema muito diferente chamado memória procedural. É o tipo de memória que é responsável pelo desempenho.

A memória procedural é mais estável

Segundo os cientistas, o conhecimento processual é mais resistente a traumas e perdas do que o conhecimento declarativo. Assim, mesmo que o cérebro sofra uma lesão traumática, o sistema de memória processual nunca é afetado porque os gânglios da base que processam a memória não declarativa estão bem protegidos sob o córtex cerebral no centro do cérebro.

Quanto ao fato de que o conhecimento da memória procedural é menos facilmente esquecido do que o da memória declarativa, além do dano cerebral, as informações ainda são incompletas. Existe, no entanto, uma teoria que afirma que, em adultos, menos células nervosas se formam em regiões onde os padrões de movimento estão enraizados. Assim, as memórias são menos propensas a desaparecer se a neurogênese não for contínua.

De qualquer forma, uma coisa é certa, é que as sequências de movimentos que memorizamos, como andar de bicicleta, por exemplo, são mantidas por toda a vida no cérebro, mesmo que a memorização tenha acontecido há muito tempo, muito tempo.