Estás a ler: Sabemos um pouco mais sobre a complexidade dos nossos sonhos
Os sonhos, embora sempre ocorram durante o sono, podem ser de diferentes naturezas. De acordo com um estudo publicado em 23 de julho de 2020 na revista científica PLOS ONE, a qualidade e a complexidade dos sonhos podem variar de acordo com os estágios do sono.
A pesquisa mais recente revelou que os sonhos podem ocorrer durante o movimento rápido dos olhos (REM) ou sono REM, bem como durante as fases não REM. Anteriormente, eles eram pensados para ocorrer apenas durante o MOR. Neste novo estudo, os neurocientistas tentaram determinar se havia uma diferença entre os dois tipos de sonho.

Os pesquisadores descobriram que quando os indivíduos são acordados durante o sono REM, eles se lembram de seus sonhos de forma bastante elaborada, como se fosse uma história viva. Por outro lado, aqueles que estão acordados durante as fases não-MOR geralmente são incapazes de recordar completamente seus sonhos, e estes são mais como pensamentos do que histórias.
Resultados extraídos de medições quantitativas
A pesquisa foi conduzida por cientistas brasileiros que projetaram uma ferramenta de análise de alta velocidade capaz de transformar automaticamente relatórios qualitativos em gráficos mais objetivos. A duração do sonho bem como a linguagem utilizada foram consideradas no processo de análise.
Sidarta Ribeiro, neurocientista da Universidade de São Paulo, no Brasil, explicou que automatizar o processo tornou possível a primeira medição quantitativa dessa diferença estrutural entre diferentes tipos de sonhos.
O estudo envolveu a análise de 133 relatos de sonhos de 20 participantes. Estes últimos foram despertados em diferentes estágios do sono, e o sistema procedeu a substituir cada palavra de seus relatos por nós nos gráficos.
De acordo com Joshua Martin, neurocientista da Universidade Humboldt, em Berlim, este é o primeiro estudo a usar a teoria dos grafos para mostrar que os relatórios de sonhos MOR têm mais conexões estruturais do que os relatórios de sonhos não MOR.
Assim, de acordo com a ferramenta, os sonhos produzidos durante o MOR seriam mais complexos do que os sonhos resultantes da fase não MOR. Além disso, apresentariam informações muito mais conectadas.
“Nesse sentido, experiências oníricas coerentes, imersivas e semelhantes a histórias podem ser mais facilmente organizadas em um relacionamento com maior conectividade, enquanto experiências oníricas fragmentadas e isoladas são relativamente mais difíceis de organizar mentalmente e, portanto, estruturalmente menos conectado”, disseram os autores.
Os sonhos desempenham papéis na biologia humana?
Segundo informações, o sono não-MOR desempenha um papel na função restauradora do corpo. No que diz respeito ao sono paradoxal, não sabemos exatamente o seu papel no funcionamento do organismo.
Os autores do estudo sugerem, no entanto, que os sonhos MOR e não MOR, se realmente são de qualidades diferentes, podem ser o resultado de vários tipos de “mecanismos subjacentes” que cada um tem papéis a desempenhar na biologia humana.
Em relação a esses resultados, no entanto, os cientistas indicaram que o fato de os participantes terem sido acordados várias vezes durante a noite pode ter um impacto na qualidade do sono. Por outro lado, eles afirmaram que a inércia do sono também pode ter distorcido a memória dos sonhos nos sujeitos.
Embora muitos estudos já tenham sido realizados para descobrir o funcionamento dos sonhos e tudo o que envolve o sono REM em humanos, as informações coletadas sobre o assunto ainda são insuficientes. De qualquer forma, os resultados obtidos durante este estudo já representam mais um passo no desenvolvimento deste campo de pesquisa.
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